07/07/2023

Reconstrução tecidual em área de máxima exigência estética

Autor: Dr. Augusto Bessa

Paciente do sexo feminino, 36 anos de idade.

Queixa principal: Insatisfação estética e funcional relacionada à ausência do elemento 11, em função de defeito ósseo na região.

Avaliação inicial:

Paciente compareceu em clínica particular, buscando reabilitação protética na região do elemento 11. Durante o exame clínico, observou-se que a paciente usava uma prótese adesiva com apoio nas faces vestibulares dos elementos adjacentes e apresentava uma depressão óssea na região em questão. No exame tomográfico, observou-se um defeito de perda das cristas ósseas alveolares, bem como uma perda da tábua óssea vestibular, que segundo informado pela paciente, foi ocasionada por um insucesso de instalação de implante na região no passado.

Tratamento executado:

Para a estabilização do PRF BLOCK, foi customizada uma tela de titânio. O substituto ósseo de escolha para a regeneração óssea guiada (ROG) foi uma cerâmica bifásica Nanosynt de 200-500 μm, que foi envolto por uma membrana, servindo como barreira para o mecanismo da ROG. A tela de titânio então foi fixada por parafusos na vestibular e palatina, estabilizando o material em questão. Importante salientar que a tela de titânio não faz parte do processo ósseo regenerativo, tendo como única e importante função manter a estabilidade do material ósseo regenerativo. Membranas de PRF são colocadas acima da tela para minimizar os danos de uma possível exposição e, em seguida, foi realizada a sutura com fio de polipropileno 5.0.

Após 9 meses, observou-se uma interessante formação óssea no defeito, entretanto, para uma maior previsibilidade do caso, foi decidido fazer um retoque na cirurgia óssea reconstrutiva para um maior ganho de espessura. Para isto, a tela foi removida e a sausage technique foi realizada com essa finalidade.

Passados 6 meses, foi planejado e instalado um Implante Arcsys 3.3 x 13 mm, por meio da Cirurgia Guiada Arcsys (CGA). Como foi obtido um torque de 45 N.cm, possibilitou-se a instalação de prótese provisória sobre o implante.

Aguardada a osseointegração do implante, foi iniciado o planejamento para as correções da estética rosa. Um enxerto de tecido conjuntivo foi planejado para minimizar a ausência da papila entre os elementos 11 e 12, seguindo o planejamento do Digital Smile Design (DSD) do caso. Foi realizada a plastia gengival, utilizando laser de alta potência, tendo como referência o DSD e a régua de proporcionalidade de Chu.

Por fim, após a cicatrização da cirurgia plástica gengival, foi iniciado o planejamento da reabilitação protética. Utilizou-se recursos digitais, levando o escaneamento e as fotografias da paciente para o enceramento digital do sorriso, seguindo a proporcionalidade da face e sua personalidade. Com o enceramento digital aprovado pela paciente, foram realizados os preparos protéticos nos elementos de coroa total no 12 (elemento que já tinha tratamento endodôntico), coroa total sobre implante, no elemento 11, e preparos de facetas nos elementos 21 e 22.

Após exatos 19 meses de tratamento, em que cirurgias teciduais reparadoras foram realizadas em tecidos duros e moles, o caso foi concluído.