Autores: Ana Regina Cervantes Dias Mestre e Doutoranda em Dentística – UERJ Professora do Curso de Especialização em Dentística – PUC-RJ Raphael Monte Alto Doutor em Dentística – UERJ Professor Adjunto da Disciplina de Clínica Integrada – UFF Professor do curso de especialização em Implantodontia – UFF Katia Regina Hostilio Cervantes Dias Mestre e Doutora em Clínica Odontológica- USP Professora Titular da Disciplina de Dentística – UERJ Professora Associada da Disciplina de Dentística – UFRJ
INTRODUÇÃO
A busca por uma estética dental mais apurada faz com que o cirurgião-dentista procure técnicas restauradoras cada vez mais eficientes e menos invasivas. Dentre os diversos problemas estéticos encontrados, podemos destacar a alteração cromática de um ou mais dentes.
O escurecimento dental em dentes anteriores que sofreram trauma e/ou tratamento endodôntico é uma das causas mais frequentes de escurecimento de dentes isolados. Nesses casos, a recuperação estética pode-se dar por meio de clareamento e/ou restaurações diretas ou indiretas.
O clareamento dentário, em especial o clareamento interno, oferece uma oportunidade de recuperação estética de forma mais econômica e mais conservadora, se comparado com alternativas mais invasivas como as coroas totais, facetas diretas e indiretas.
Como pré-requisito, o conduto deve estar hermeticamente selado, sem lesões periapicais, com total remoção da dentina cariada e o elemento dental em questão não deve apresentar restaurações extensas.
O artigo tem por objetivo apresentar um caso clínico de clareamento de um dente não-vital associando técnicas internas, externas imediatas e mediatas.
RELATO DE CASO
Paciente BB, de 28 anos de idade, apresentou-se no projeto de clareamento dental na faculdade de odontologia da UERJ insatisfeita com seu sorriso devido ao severo escurecimento coronário do elemento 21.
O elemento em questão apresentava tratamento endodôntico realizado há 2 anos. Após exame clínico e radiográfico, o tratamento proposto foi de clareamento interno, associado ao clareamento externo, e retenção intrarradicular com pino de fibra de vidro.
A paciente foi esclarecida de que o clareamento é uma técnica não invasiva, porém limitada e sem muita previsibilidade. Depois do esclarecimento das dúvidas, a paciente aceitou o tratamento proposto.
Para realização do clareamento interno procedeu-se isolamento do campo operatório, abertura da câmara pulpar, remoção da guta percha 3 mm além da altura da coroa clínica e foi realizado o selamento biológico preenchendo a câmara pulpar com pasta de hidróxido de cálcio. Após o selamento provisório da cavidade, a paciente foi liberada.
Após uma semana, foi realizado isolamento do campo operatório, remoção do selamento provisório, remoção do selamento biológico e confecção de selamento mecânico via um tampão de 2 mm com cimento de fosfato de zinco. Após a presa inicial do cimento, que ocorre em 5 minutos, foi aplicado o gel clareador à base de Peróxido de Hidrogênio a 35% (Whiteness HP Maxx/FGM) no interior da câmara pulpar e na face vestibular do elemento escurecido. Após 15 minutos, o gel foi removido e trocado por mais duas vezes, totalizando 3 aplicações na mesma consulta.
Após o clareamento imediato foi realizado o clareamento mediato através da aplicação de pasta à base de perborato de sódio e peróxido de hidrogênio 20% (Whiteness Perborato/FGM) dentro da câmara pulpar. O elemento foi selado provisoriamente com uma “bolinha” de algodão e resina composta.
Este esquema foi semanalmente seguido por 6 semanas.
Após este período, observou-se satisfação no grau de clareamento. Foi então realizada neutralização do meio com pasta de hidróxido de cálcio.
Após 15 dias, a pasta de hidróxido de cálcio foi removida da câmara pulpar, assim como o tampão de cimento de fosfato de zinco, e o conduto foi parcialmente desobstruído para ser restaurado com um pino de fibra de vidro número 1 (White Post DC/FGM), cimentado adesivamente com o cimento resinoso Allcem (FGM).
O acesso foi restaurado com a resina composta Opalis (FGM), cor A2. Após uma semana, a paciente retornou para acabamento e polimento da restauração, recebendo alta provisória e devendo retornar semestralmente para acompanhamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A associação de técnicas para clareamento de um elemento dental demonstrou ser uma alternativa conservadora e efetiva.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
American Dental Association. ADA statement on the safety and effectiveness of tooth whitening products. Disponível em: <http://www.ada.org/prof/resources/positions/statements/whiten2.asp>. Acesso em: 11 out. 2009. Baratieri, L.N. et al. Odontologia restauradora: fundamentos e possibilidades. 1. ed. São Paulo: Quintessence, 2002. Branco, E.P.; Wetter, n.U.; Pelino, J.E. Estudo in vivo sobre a influência das diferentes técnicas de clareamento na cor dental. Clínica – Int J Braz Dent. v.4, n.3, p.300-306, 2008. Carrasco, L.D., Guerisoli, D.M.Z., Rocha, M.J.A., Pecora, J.D., Fröner, I.C. Efficacy of intracoronal bleaching techniques with different light activation sources. Int Endodo J. v.40, p.204–208, 2007. Mondelli, J. Estética e cosmética em clínica integrada restauradora. 1. ed. São Paulo: Quintessence, 2003.