Autor: Rodrigo S. Reis
No início deste século, com o avanço contínuo da odontologia adesiva e do aumento da popularidade dos pinos de fibra de vidro, tivemos uma real possibilidade de vê-los tornarem-se retentores intrarradiculares ideais; uma vez que, além da cimentação adesiva, possuem uma rigidez (módulo de elasticidade) similar à da estrutura dental. Nesse caso, mesmo havendo falhas, as chances/possibilidades de reaproveitamento do remanescente dental são muito grandes, enquanto nos pinos rígidos as falhas eram, na sua maior parte, catastróficas.
Os pinos evoluíram de formatos paralelos para um formato cônico e de diferentes diâmetros, tornando-se mais próximos ao formato do conduto radicular pós-endodontia.
Ainda, havia uma deficiência em casos de canais excessivamente ampliados e em canais preparados com instrumentação cônico-progressiva. Isso gerou a necessidade de, na maioria das situações, efetuar-se uma técnica de personalização desses pinos com resinas compostas (pinos de fibra de vidro reembasados). Assim, obtém-se um bom imbricamento mecânico e adaptação dos terços médio e cervical – áreas mais retentivas de um conduto radicular – e mantém-se uma passiva adaptação no terço apical.
Pensando nisso, a FGM foi a primeira empresa a oferecer pinos com diferentes graus de conicidade, já pré-silanizados:
- Whitepost DC: pinos de fibra de dupla conicidade e diferentes diâmetros,
- Whitepost DC-E: dupla conicidade especial.
Dessa maneira, dependendo do tipo de conicidade empregado no preparo mecânico dos condutos radiculares, podemos ter um pino de mesmo diâmetro apical mas de diferentes volumes nos terços médio e cervical. Isso reduz consideravelmente a necessidade de desgastar ou ampliar o conduto entre um pino que esteja frouxo e migrar para um mais calibroso (gerando desgaste no delicado terço apical). Basta, apenas, usar um pino de mesmo diâmetro apical mas de maior conicidade, como o DC-E.
A flexibilidade de se ter pinos de diferentes diâmetros e diferentes conicidades reduz ao clínico a necessidade de personalização adesiva com resina, obtendo menos passos clínicos, de modo a simplificar a técnica de sobremaneira.
Outra vantagem é o fator de maior volume do pino DC-E na porção cervical, que aumenta a resistência do pino em situação de dentes com grandes destruições coronárias e canais mais amplos. Ainda, mais uma vantagem dos pinos Whitepost está no fato de não se utilizar mais a resina epóxica como matriz resinosa, e sim uma matriz de metacrilato (matriz resinosa de resina composta).
Esse tipo de matriz aumenta a translucidez dos pinos, facilita a obtenção de altíssimo grau de conversão no processo fabril e promove uma melhor integração química com compósitos e cimentos resinosos.
Mais recentemente, a linha de pinos de fibra de vidro da FGM foi atualizada e passou a se chamar Whitepost System. Além de ganhar um sistema de cores que facilita a seleção dos pinos e brocas, a linha passou a contar também com um novo modelo de pino: o DC Fit, de conicidade 0.4, ideal para condutos mais delgados com adaptação passiva do terço apical – que combina, em diâmetro, com os instrumentos mecanizados modernos endodônticos – e maior volume de pino no terço cervical.
Dessa feita, os condutos não precisam ser ampliados, o que poderia enfraquecer a raiz desnecessariamente. Tendo pinos que cobrem diferentes graus de conicidade aliados a diferentes diâmetros, retira-se o seu ponto fraco, que seria o preparo com remoção excessiva de estrutura radicular sadia de modo desnecessário, dentro de um contexto de mínima intervenção.
Portanto, podemos resumir os motivos para se usar pinos de fibra conforme abaixo:
- Quando o remanescente coronário não oferece quantidade nem qualidade adesiva para retenção e estabilidade de um núcleo coronário;
- Pinos de fibra de vidro possuem módulo de elasticidade similar ao da estrutura dentinária;
- Passíveis de serem aderidos;
- Passíveis de serem personalizados com resina;
- Quando pertencentes à linha Whitepost System (FGM), oferecem diferentes diâmetros e conicidades de pinos, a fim de agilizar as diferentes situações clínicas com maior preservação de estrutura sadia durante o preparo – muitas vezes sem desgaste, considerando seu vasto portfólio – do conduto para o receber o pino;
- Feitos em sessão única, com baixo risco de comprometimento da blindagem endodôntica e alta rentabilidade para o clínico.