Um novo desafio superado na odontopediatria para reabilitação estética com coroa de acetato e resina unicromática em uma criança de 4 anos.
Autores: Profa. Dra. Sandra Kalil Bussadori, Profa. Dra. Pamella de Barros Motta, Profa. Dra. Ana Paula Taboada Sobral e Profa. Dra. Carolina Cardoso Guedes.
PACIENTE DO SEXO MASCULINO, 4 ANOS DE IDADE
A principal queixa dos responsáveis pela criança eram os dentes escurecidos.
Avaliação inicial
Após anamnese detalhada, exame clínico e radiográfico, não foi observada nenhuma alteração patológica. Durante o exame clínico, foi verificada a presença de lesões cariosas ativas não cavitadas (manchas brancas) generalizadas nos arcos superior e inferior. Os dentes 51 e 52 apresentavam lesões de cárie em dentina sem comprometimento pulpar.
A cárie é uma doença dinâmica e multifatorial causada pelo desequilíbrio da microbiota bucal devido ao consumo em grande frequência de carboidratos fermentáveis, como a sacarose, que leva à desmineralização dos tecidos duros do dente. Quando ocorre a perda mineral, a lesão de cárie irá se manifestar clinicamente, no início como uma lesão não cavitada, que pode evoluir para uma cavidade.
A Odontopediatria tem como finalidade promover aos pacientes ações preventivas em saúde bucal, no entanto, ainda encontramos um alto índice de lesões de cárie nos dentes decíduos, sendo necessária a reabilitação dos elementos acometidos pela doença para restabelecer a função e estética dos pacientes.
Tratamento executado
Os responsáveis pela criança foram orientados em relação à adequação da dieta e higiene oral. Foi realizado o protocolo de aplicação de Duofluorid XII nas manchas brancas ativas (quatro sessões de uma sessão por semana). Foi realizado condicionamento com Condac 37 nos dentes 51 e 52, lavagem, secagem, aplicação do sistema adesivo Ambar APS, fotoativado por 10 segundos. Foi realizado o mascaramento da estrutura dental escurecida com a resina composta Opallis na cor OW. As coroas de acetato foram recortadas para melhor adaptação ao remanescente dental.
Um orifício na face palatina das coroas de acetato foi feito para evitar o extravasamento do excesso de resina composta. As coroas foram preenchidas com a resina Vittra APS Unique, os excessos de resina composta das regiões proximais foram removidos e só então, foi realizada a fotoativação ao redor das coroas, por 20 segundos em cada superfície. A resina unicromática Vittra APS Unique copiou a cor do substrato dentário que foi mascarado com a resina Opallis na cor OW, descartando a falha na seleção da cor e assim, reduzindo o tempo clínico, que é o que se deseja no atendimento odontopediátrico.
Passo a passo
1 | Condicionamento ácido com Condac 37.
2 | Aplicação e fotoativação do sistema adesivo Ambar APS.
3 | Acomodação da coroa de acetato para conferir a adaptação.
4 | Posicionando a coroa de acetato preenchida com a resina Vittra APS Unique e fotoativação do dente 52.
5 | Removendo a coroa de acetato após fotoativação do dente 52.
6 e 7 | Aspecto inicial e final.
Referências bibliográficas
- ABOPED – Associação Brasileira de Odontopediatria. Diagnóstico da Cárie Dentária. Capítulo 6. Diretrizes para Procedimentos Clínicos em Odontopediatria. 3. ed. Rio de janeiro: Santos, 2020