Guia Essencial da Osseointegração para Implantodontistas

A osseointegração é um conceito muito importante quando falamos em implantes dentários e gera algumas das dúvidas mais frequentes entre nossos pacientes: o que é e como afeta a eles. Neste post, vamos tentar esclarecer essas dúvidas sobre esse tema e sobre a relação entre osseointegração e implantologia de carga imediata.

O que é osseointegração?

Simplificando, chamamos de osseointegração o processo pelo qual o osso se une ou cicatriza com o implante dentário, especificamente com a raiz de titânio do implante. A osseointegração permite que o implante se integre direta, sólida e duravelmente ao osso maxilar, o que melhora a funcionalidade e os resultados a longo prazo.

O material utilizado no processo de osseointegração é o titânio, pois devido às suas características é um material altamente biocompatível e o que melhor se integra ao osso. Além disso, o titânio é leve e altamente resistente à alteração química, graças à sua camada de oxidação, o que o torna um material ideal para atuar como raiz do implante dentário. Existe também outro material, o zircônio, que demonstrou ter características semelhantes de integração óssea. Porém, ainda existem dúvidas sobre sua evolução ao longo dos anos, já que os estudos atuais não são conclusivos. Vale ressaltar que o zircônio pode ser uma opção estética interessante, pois possui uma cor mais próxima do dente natural do que o titânio.

Origens da osseointegração

O processo de osseointegração foi definido em 1952 pelo Professor Per-Ingvar Brånemark, com base em seus estudos sobre a circulação sanguínea. Em seus experimentos, observou que o tecido ósseo possui uma forte capacidade de adesão ao titânio, o que levou ao projeto de uma fixação para implantes dentários que, graças ao seu formato de parafuso e aliada a uma técnica cirúrgica específica, favorece esse processo natural de osseointegração entre o titânio e o osso.

Dessa forma, podemos dizer que a osseointegração é um fenômeno fisiológico necessário para o sucesso do implante dentário. Além disso, o conhecimento desenvolvido nos últimos anos sobre processos de osseointegração permitiu que a implantologia de carga imediata avançasse significativamente.

As fases do processo de osseointegração

O implante dentário osseointegrado pode ser colocado usando protocolos de implantologia de carga imediata e, havendo falta de osso, pode ser realizado uma reconstrução 3D da maxila para realizar a cirurgia virtual guiada e colocar os implantes com segurança e previsibilidade onde há osso, por menor que seja.

Primeiramente, é colocado a raiz de titânio do implante, que substitui a raiz do dente natural que foi perdido. É possível colocá-lo no momento da extração do dente danificado ou ausente.

O processo de osseointegração inicia-se em 24 horas, uma vez estabelecido o coágulo sanguíneo. Forma-se o material reticular ao redor do implante, o qual será mineralizado ao longo dos dias. Isso costuma durar de quatro a seis semanas a partir da colocação do implante.

O tecido se ossifica e se adapta à carga funcional. Esse processo leva aproximadamente dois meses.

Em uma fase final, a estrutura óssea amadurece e se mineraliza corretamente; esta fase vai durar entre três e quatro meses. É então que se trocam os dentes provisórios fixados nos implantes pelos definitivos.

A partir dessas fases, podemos deduzir que a qualidade da osseointegração melhora com o tempo. Ou seja, durante as primeiras semanas após colocarmos o implante, ainda não há osseointegração. Três meses após a colocação do implante, a união entre ele e o osso já ocorreu, tornando-se mais firme e resistente após seis meses.

Fatores que influenciam a osseointegração

A osseointegração é um processo que, uma vez realizado o implante da maneira correta e com o material adequado, segue seu curso natural por se tratar de um processo biológico. No entanto, existem diversos fatores que influenciam a duração e a eficácia do resultado. Alguns dependem da fisiologia óssea específica de cada paciente, outros estão relacionados ao profissional e aos materiais utilizados, e outros ainda dependem dos nossos hábitos e do tratamento que seguimos.

  • Implantes: O implante utilizado deve ter passado por estudos clínicos de longo prazo e garantir sucesso clínico dentro dos padrões cientificamente estabelecidos para cada caso específico.
  • Profissional: O profissional que realiza o tratamento deve possuir treinamento específico e regulamentado para a colocação de implantes dentários.
  • Técnica cirúrgica: A técnica cirúrgica deve ser realizada sob rigorosos protocolos de desinfecção e esterilização.
  • Saúde bucal: No caso de doenças periodontais, estas devem estar totalmente controladas antes de se proceder com o implante.
  • Hábitos: O tabagismo tem uma influência muito negativa na osseointegração, pois retarda a cicatrização e pode causar infecções na área tratada. A higiene bucal é essencial para qualquer pessoa, mas ainda mais para pacientes que acabaram de se submeter a um procedimento de implantologia, pois infecções ou doenças bucais decorrentes de má higiene podem afetar a osseointegração.
  • Doenças sistêmicas: Algumas doenças, como a diabetes, podem fazer com que os implantes não se integrem adequadamente ao osso. O profissional responsável deve estabelecer os protocolos pertinentes.

Além disso, um procedimento com tecnologias avançadas, materiais de alta qualidade e um cirurgião dentista com ampla experiência em intervenções de implantologia de carga imediata podem ser fatores decisivos para o sucesso dos implantes e, consequentemente, da osseointegração.

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