Dra Madalena Engler
Caso clínico
Paciente do sexo feminino, 45 anos, havia finalizado o tratamento ortodôntico recentemente, onde não foi possível fechar completamente os diastemas na região ântero-inferior. Com isso, a Ortodontista a encaminhou para a Cirurgiã-Dentista, para que conversasse com a paciente sobre as opções restauradoras para alcançar o que ela desejava. As opções apresentadas foram facetas indiretas em cerâmica e facetas diretas em resina composta. Considerando todos os prós e contras das duas técnicas, a paciente acabou optando pelas facetas diretas em resina composta.
Foram obtidas moldagens da arcada superior e inferior para modelos de estudo onde foi realizado o enceramento diagnóstico dos elementos 33 a 43, e partir dele, uma guia lingual confeccionada em silicone de adição. A seleção da cor das resinas foi realizada usando como base os 4 incisivos superiores, que já eram facetas de cerâmica. A cor selecionada foi A1, tanto para resina de esmalte quanto de dentina.
No dia da confecção das facetas, o primeiro procedimento realizado foi uma profilaxia com escova Robinson e jatos de água e raspagem de áreas onde havia acúmulos iniciais de tártaro (a paciente havia feito profilaxia duas semanas antes). Em seguida, um isolamento absoluto modificado foi aplicado, deixando expostos apenas os dentes 33 a 43, e duas restaurações antigas insatisfatórias foram removidas do 31 e 41. Os dentes receberam condicionamento ácido do esmalte e dentina com ácido fosfórico (Condac 37%, FGM) e aplicação de sistema adesivo (Ambar APS, FGM), e as restaurações foram iniciadas pelas paredes linguais, utilizando a guia obtida no enceramento. Para confecção das paredes linguais foi utilizada apenas resina de esmalte (Vittra EA1, FGM).
Após fotoativação completa dos incrementos linguais com a guia em posição, ela foi removida e eles foram novamente fotoativados sem a guia. A partir desse ponto, deu-se início à confecção das facetas em resina iniciando pelos incisivos centrais, e seguindo para os laterais e caninos. Foram utilizados incrementos de resina de dentina (Vittra DA1, FGM) em todos os dentes para modificação da cor e cobertura final com incrementos de resina de esmalte novamente. Para obter a correta acomodação dos incrementos de resina nas faces proximais, foi utilizada fita matriz de poliéster.
Após a finalização das restaurações, um acabamento inicial (apenas visando a correta oclusão) foi realizado e a paciente foi liberada. Uma nova consulta foi marcada para 7 dias depois para dar acabamento e polimento finais. Quando retornou, a paciente estava muito satisfeita com a diferença mesmo sem acabamento fino e ainda pediu para que o dente 13 recebesse uma faceta em resina também, pois não gostava da deficiência de volume desse dente em relação ao dente 14 (uma coroa sobre implante). Foi confeccionada então uma faceta no 13 à mão livre e utilizando as mesmas resinas (Vittra DA1 e EA1, FGM).
Em seguida, iniciou-se o processo de acabamento e polimento de todas as facetas inferiores onde foram utilizadas pontas diamantadas de granulação fina e extra-fina (KG Sorensen e Microdont) refinando principalmente a região do término cervical e buscando a textura desejada; em seguida, discos de acabamento e polimento (Kit Diamond Master, FGM) e escova de carbeto de silício (American Burrs) foram aplicados. O acabamento interproximal foi realizado com tiras de lixa de poliéster (TDV). O mesmo procedimento de acabamento e polimento foi efetuado na faceta do 13.
Finalizados os procedimentos, foram obtidas fotos finais. A paciente foi convidada a analisar as fotos iniciais (pré procedimento) e as finais, e ficou muito feliz com a mudança e resultado obtido.