A qualidade dos materiais odontológicos influencia diretamente no tratamento oferecido ao paciente, juntamente com a técnica utilizada e a habilidade do profissional. Além disso, materiais que dispõem de grande tecnologia, agregam valor ao atendimento, facilitam e otimizam o dia a dia no consultório.
Desde a sua introdução no mercado mundial há cerca de 50 anos, as resinas compostas vêm se popularizando rapidamente e hoje já estão presentes na maioria dos procedimentos restauradores realizados pelo mundo.
Essa classe de materiais, bem como muitas outras, possui vantagens e desvantagens as quais devem ser levadas em consideração no momento da escolha do compósito mais adequado para a realização do procedimento. Dentre os pontos negativos inerentes a quaisquer resinas compostas está o fato de que estas devem ser inseridas nas cavidades na forma de incrementos de até 2mm, para minimizar os danos da contração de polimerização, que ocorre devido à aproximação molecular durante a formação da cadeia polimérica.
Uma contração muito significativa pode criar lacunas entre o material restaurador e o dente, em nível microscópico. Essas lacunas, por sua vez, permitem a passagem de fluídos e bactérias, podendo levar à microinfiltração marginal e ao comprometimento da restauração.
Mais modernamente, as resinas de baixa contração, conhecidas como: “bulk fill” foram idealizadas para minimizar os efeitos deletérios da contração de polimerização sem que nenhuma manobra clínica seja necessária, ou seja, sem a necessidade de se fazer a técnica incremental.
Por meio de um sistema monomérico diferenciado, permitiu-se que estes materiais resinosos contraíssem menos e com menor intensidade, porém ainda assim mantendo características mecânicas semelhantes às das resinas convencionais. Logo, incrementos maiores podem ser realizados durante a confecção de restaurações, normalmente de 4 a 5 mm, o que agiliza e simplifica a execução do procedimento restaurador.
A FGM, na sua busca contínua por inovação e objetivando oferecer ao mercado o que há de mais moderno em materiais odontológicos, oferece ao mercado as resinas: Opus Bulk Fill APS e Opus Bulk Fill Flow APS, ambos compósitos de baixa tensão de polimerização, disponíveis nas versões: condensável e fluída, respectivamente, que possuem em sua formulação uma combinação especial de monômeros; somando monômeros com estrutura molecular em espiral e outros exibindo uma estrutura pregueada, que ao sofrerem tensões causadas pelas forças de polimerização, se arranjam espacialmente reduzindo a contração/polimerização e oferecendo um resultado superior.
A versão “fluida” é indicada para preenchimento de cavidades em até 4mm, sendo especialmente útil em cavidades amplas de Classe I ou II. O material deve ficar confinado na cavidade, servindo como base ou forramento, sendo recoberto por uma resina convencional que permita realizar escultura adequadamente. Além das características mecânicas que fazem deste um compósito muito resistente, suas propriedades clínicas favorecem uma aplicação rápida e fácil, agilizando o procedimento restaurador com grande economia de tempo.
Um dos efeitos notórios é sua ação “antigravidade”, que permite que o material retorne à cavidade sendo atraído pelas paredes do dente, particularmente interessante na restauração de dentes superiores. Outra característica importante é a de autonivelamento que, por sua vez, contribui para que o material não fique depositado nos cantos da cavidade quando a superfície estiver inclinada, facilitando o trabalho. Ainda do ponto de vista clínico, pode-se mencionar como uma vantagem o equilíbrio que o compósito apresenta em opacidade/translucidez, que minimiza o “efeito sombra” nas restaurações.
A tensão de contração é uma característica primordial para essa classe de resinas. Um baixo valor favorece a integridade da restauração, o que implica em menor probabilidade de desadaptação na interface material restaurador/paredes dentinárias. Pode-se perceber que OPUS BULK FILL FLOW obteve um desempenho similar e/ou superior aos seus principais concorrentes.
Tensão de contração de polimerização (MPa) de Opus Bulk Fill Flow e materiais concorrentes.
Fonte: FGM Produtos Odontológicos, dados internos, 2016.
Já a versão “condensável” da resina Opus, indicada para restaurações amplas de Classe I ou II em incrementos de até 5mm, possui como principal vantagem clínica o fato de não exigir cobertura, ou seja, com ela é possível preencher a cavidade dental inteiramente, dispensando assim, o uso de resinas compostas convencionais.
Outra importante característica encontrada neste produto é sua viscosidade, que permite que a resina seja facilmente adaptada às irregularidades da cavidade, sem perder sua capacidade de escultura. Além disso, as propriedades mecânicas deste compósito garantem maior resistência à compressão e à flexão.
Inicialmente sua translucidez é elevada, garantindo passagem de luz em profundidade, favorecendo a cura do compósito. Ao concluir a cura, a opacidade aumenta significativamente (praticamente o dobro), maximizando a qualidade estética da restauração, como pode ser visto nas Figuras 1a e 1b:
Uma das mais importantes propriedades das resinas tipo Bulk Fill é a tensão de polimerização. Uma vez que são compósitos aplicados em grandes incrementos ou até incremento único nas cavidades, a baixa contração em uma grande massa torna-se crítica.
A tensão de contração é proporcional à contração volumétrica e ao módulo de elasticidade dos compósitos.
Opus Bulk Fill apresenta baixa tensão de contração equivalendo seu desempenho ou superando materiais concorrentes.
Em comparação, as duas versões de OPUS (fluida e condensável) trazem benefícios similares para o profissional. A forma de aplicação da versão fluida, que é simplesmente injetada na cavidade, privilegia a rapidez e confere menor incidência de lacunas na construção da restauração, haja visto que a resina flui adequadamente pelas paredes da cavidade de forma controlada. Contudo, esta versão demanda
uma resina de cobertura, o que adiciona um tempo extra para a conclusão do trabalho. Já a versão condensável demanda um pouco mais de cuidados para o correto assentamento na cavidade, sendo que o incremento único deve ser condensado contra as paredes da cavidade para que a resina possa ser devidamente conformada. No entanto, esta versão de OPUS exime a cobertura por outro tipo de resina, permitindo que o profissional conclua a restauração em preenchimento único. A opção por uma ou outra versão fica a critério do profissional, porém pode-se assegurar que o ganho de tempo ao utilizar ambas as versões é significativo se comparado a compósitos convencionais. Os compósitos de baixa contração são um grande exemplo de como a tecnologia pode favorecer a prática diária do profissional. Mudar uma prática como a técnica incremental, já consolidada ao longo dos anos de trabalho com resinas compostas, exige que o profissional confie no material e para isso os estudos científicos são imprescindíveis. Grandes grupos de pesquisa e centros de ensino voltaram sua atenção para essa classe de compósitos, e os benefícios desse tipo de material já são bem reconhecidos. Com o passar do tempo estes compósitos tornam-se mais populares, o que beneficia não apenas o profissional, mas também o paciente, já que esse despende menos tempo em atendimento.