Autor: Thiago Roberto Gemeli
Amplas restaurações de amálgama comumente estão associadas à fraturas dentais, que por vezes, podem comprometer a permanência desses elementos em função. Quando a substituição de um elemento dentário por um implante se faz necessário e possível, uma série de avaliações locais são realizadas para tornar o resultado mais assertivo e previsível.
Além da minuciosa averiguação anatômica da região, cabe ao cirurgião planejar o tipo, tamanho, forma do implante e momento de sua instalação. Não raro, uma regeneração óssea do alvéolo pode ser necessária previamente para que se obtenha melhores resultados estéticos e funcionais.
Enxertos alveolares auxiliam na manutenção do espaço tridimensional, provendo uma resistência à remodelação óssea, intrínseca à perda do osso dento-dependente. Seguindo o princípio de ocupar o espaço por tempo suficiente selecionar um biomaterial de lenta degradação parece ser a melhor decisão.
Relato de Caso
Paciente compareceu à clínica particular relatando fratura dental do elemento 47 ocorrida a aproximadamente um ano (fig 1). A avaliação clínica e tomográfica permitiu concluir que a manutenção do mesmo era inviável, e a exodontia foi realizada.
O alvéolo foi totalmente preenchido com biocerâmica bifásica (fig 4). Sessenta dias depois, mesmo havendo ciência da precocidade temporal e imaturidade do tecido, um implante Arcsys (FGM) 4,3×5 foi instalado na região. E, 90 dias após este procedimento, foi realizada a reabertura cirúrgica, com a finalidade de instalar um componente protético.
O período compreendido entre o preenchimento alveolar e a reabertura com finalidade protética foi de 150 dias, suficiente para, neste caso, possibilitar a formação de tecido ósseo concomitante à degradação do biomaterial (fig 5).
Um componente protético foi acoplado no implante e sobre ele, um transferente multifuncional em PEEK (Fig 6). A personalização do transferente possibilita praticidade, versatilidade clínica e economia, favorecendo a administração do caso como um todo. O objetivo desse procedimento é condicionar os tecidos peri-implantares de modo que a prótese final assente sem interferências e ainda, promova uma estética com maior harmonia e naturalidade.
Após a moldagem de transferência, uma coroa cerâmica foi cimentada sobre um coping friccional e acoplada sobre o munhão. Dessa forma, obteve-se um resultado satisfatório, possibilitando a reabilitação estética-funcional da região do elemento 47.